DOMÍNIOS

Domínios morfoclimáticos brasileiros

São definidos a partir da interação entre os vários elementos naturais: relevo, solos, climas, vegetações e rede hidrográfica.

Domínio Amazônico

• Clima equatorial (quente e úmido) e subequatorial (com período de estiagem);
• Domínio de terras baixas (depressão e planícies). Presença do planalto Norte-Amazônico;
• Hidrografia abundante e diversificada (bacia Amazônica);
• Floresta Equatorial Amazônica (grande biodiversidade);
• Solos pouco férteis.


O domínio amazônico é formado por terras baixas: depressões, planícies aluviais e planaltos, cobertos pela extensa floresta latifoliada equatorial Amazônica. É banhado pela Bacia Amazônica, que se destaca pelo grande potencial hidrelétrico.
 A degradação ambiental, representada pelas queimadas e pelos desmatamentos, é um grave problema desse domínio. O governo brasileiro, por meio do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, pretende adotar atividades como o ecoturismo e a biotecnologia, para promover o desenvolvimento da Amazônia, preservando-a.


Domínio do Cerrado

• Clima tropical típico (estações secas e úmidas);
• Relevo de planalto (Planalto Central, “Chapadas”);
• Cerrado como vegetação predominante. Nos fundos dos vales aparecem as matas ciliares;
• Principal divisor de água das bacias hidrográficas brasileiras;
• Solos pobres e ácidos. Necessita procedimentos corretivos para a agricultura. (calagem).

         O domínio do cerrado corresponde à área do Brasil Central e tem essa denominação devido à ocorrência de vegetação do mesmo nome. Apresenta extensos chapadões e chapadas, e o clima é tropical semi-úmido. A vegetação do cerrado é formada por arbustos com troncos e galhos retorcidos, recobertos por casca grossa. Os solos são pobres e ácidos, mas colocando-se calcário no solo (método da calagem), estão sendo aproveitados pelo setor agrícola. Já é considerada a nova fronteira da agricultura, pois representa a expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e outros produtos.
         Nesse domínio estão as áreas dispersoras da Bacia do Paraná, do Paraguai, do Tocantins e do Madeira, entre outros rios destacáveis.

Domínio da Caatinga

• Clima semi-árido (quente ou seco com chuvas irregulares);
• Revelo de planaltos e depressões entre chapadas;
• Rios intermitentes e perenes. São Francisco é o maior expoente (perene);
• Vegetação dominante. Caatinga (mata branca). Árvores esparsas, arbustos com plantas xerófilas (espinhosa);
• Solos rasos e salinos.

         O domínio da caatinga corresponde à região da depressão sertaneja nordestina, com clima quente e semi-árido. A caatinga, formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores, é a vegetação típica. O extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a piaçava, destaca-se nesse domínio.
         É atravessado pela bacia do São Francisco e tem destaque pelo aproveitamento hidrelétrico. Os projetos de irrigação no seu vale propiciam a produção de frutas (melão, manga, goiaba, uva, etc.).
         A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva de corte, porém com baixo aproveitamento. No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais, resultantes do processo de pediplanação em clima semi-árido.


Domínio dos Mares de Morros

• Clima tropical de altitude (influencia de massa polar);
• Planaltos e serras do Atlântico. Morros ondulados (meias-laranja) e áreas serranas (Mar, Mantiqueira, espinhaço, etc.);
• Bacia do Paraná e seus afluentes como destaque na hidrografia;
Mata Atlântica (muito devastada);
• Solos muitos suscetíveis a erosão.

         O domínio dos mares de morros acompanha a faixa litorânea do Brasil desde o Nordeste até o Sul do país. Caracteriza-se pelo relevo com topografia em "meia-laranja" (mamelonares ou mares de morros), formados por intensa ação erosiva na estrutura cristalina das Serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço.
          Nele, predomina o clima tropical quente e úmido, caracterizado pela floresta latifoliada tropical. Na encosta da Serra do Mar essa floresta é conhecida como Mata Atlântica.
         Em conseqüência da forte ocupação humana, essa paisagem sofreu grande degradação. Além do desmatamento, esse domínio sofre intenso processo erosivo (relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos freqüentes e formação de voçorocas.

Domínio das Araucárias

• Clima Subtropical (grande amplitude técnica e com chuvas bem distribuídas);
• Domínio do planalto Meridional com depressões;
• Bacias hidrográficas do Paraguai e Uruguai;
• Mata das araucárias ou pinheirais;
• Solos Diversificados. Alguns com grande fertilidade natural (terra roxa), outros pobres e ácidos.


O domínio da araucária ocupa o planalto da Bacia do Rio Paraná, onde o clima subtropical está associado às médias altitudes, entre 800 e 1300 metros. Nesse domínio aparecem áreas com manchas de terra roxa, como no Paraná. É homogênea, aciculifoliada e tem grande aproveitamento de madeira e erva-mate.
         A floresta de araucária também é conhecida como Mata dos Pinhais. Nesse domínio, a devastação da floresta é causada pela intensa ocupação agrária, especialmente a agricultura de café e soja.

Domínio das Pradarias

• Clima subtropical;
• Revelo de colinas (colinas ou campanha gaúcha);
• Domino de vegetação rasteira (pradarias ou pampas);
•Bacias dos rios Uruguai e Jacuí.


         O domínio das pradarias é representado pelo Pampa, ou Campanha Gaúcha, onde o relevo é baixo, com suaves ondulações (coxilhas) e coberto pela vegetação herbácea das pradarias (campos).
         A ocupação econômica desse domínio tem-se efetuado pela pecuária extensiva de corte, com gado tipo europeu, obtendo altos rendimentos. Destaca-se, também, a rizicultura irrigada. E o desenvolvimento da agricultura mecanizada da soja e do trigo.


                                   Domínios morfoclimáticos segundo Aziz Ab'Saber


Domínios morfoclimáticos brasileiros (resumo)






Características dos Domínios morfoclimáticos